domingo, 13 de maio de 2007

- É o magma, dizes.
- Não sei se é magma. Há uma constante ameaça a pairar sobre mim; uma espécie de sombra que me impede.
- É o magma, dizes.
- Não sei se é magma, digo, Mas é quente a vontade que tenho em me deixar ir e absorver pessoas.
- Nada que não fique ténue, quando danças.
- Não sei dançar; respiro. Se para ti isso são ondulações então vem.
- Para o magma?
- Para mim.
- Que poderíamos fazer?
- Respirar.
- Não sei se consigo viver do teu ar.
- Claro que consegues.
- Achas?
- És uma pequena partícula de mim: sou tua.
- É o magma.
- Não sei se é magma; se somos nós o furor.
- Fazes-me sorrir.
- As labaredas sorriem muito.
- Fazes-me sentir.
- O magma?
- Não; a mim em ti.
- Fazes-me sorrir.
- Se somos dois a sorrir no mesmo respirar de que estamos à espera? Vamos?
- Morrer?
- Amar.

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