segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Tantas vezes te disse que te amo. E tantas vezes foram poucas.
Tantas vezes olhei para ti pela distância na expectativa de que pudéssemos estreitar os nossos laços e sermos mais.
Tantas vezes nos imaginei juntas ao abrigo dos nossos segredos e sorrisos para colmatar uma falha qualquer como quem delicia a vida num sopro.
Tantas vezes te falei mal porque tudo o que queria era ter-te nos meus braços para te mostrar o que sou dentro da infância que foi pouca para a imensidão do quanto te quero.
Foram tantas as vezes, Inês, as madrugadas em que estive sozinha e podia ter-te abraçado no calor desse corpo frágil e humano que dormia dominado pela ira e pelo desassossego que é a procura desmedida de uma simples compreensão.
Desculpa se te neguei pela infâmia de te ter como minha. Sei que és do mundo, daqueles que sonegam a cura selvagem que se dobra no rugido. Sei que não pertences a mais ninguém; sei que não preservas as cores que te regem pelo anoitecer das mãos que nos embalam.
Desculpa se nunca lamentei o cruzamento das nossas mãos como forma de podemos ir mais além nas palavras que por vezes são ásperas e roçam a melancolia.
És uma energia madura de vida e sonhos e futuro. E tantas vezes penso em ti, como tantas vezes são as que não digo, as que omito por troca da minha caverna onde alimento os mesmos desejos e vácuos sobre os quais também me deito e adormeço.

2 comentários:

Anónimo disse...

Que sorte tem a Inês em ter uma mãe que a ama tanto. Bonito!
Beijo

Anónimo disse...

Gosto de ti. Assim. Neste momento com esta simplicidade. Um beijo.