sábado, 10 de março de 2007

Os olhos fechados
a marca no rosto
as ruas no corpo percorrido,
amado - deixado.
Os olhos fechados
sempre abertos
nas jornadas que fazemos cá dentro.
Guardo jardins
com cheiro a maresia
na encosta que habita o ventre;
o ventre enfeito de multidão
que não sorri: chora por nós
que estamos cá dentro
perdidos: naufragados:
em lento afogamento.
Olhos cerrados
E nós que passeamos
por dentro: peito meu desfeito.
O estômago é lar
e os rins são quem nos limpam
as poeiras;
Estamos cá dentro, sim.
Os dois:
tu e eu
a bailar; a sorrir; abraço de eternidade.
Lá fora vêem-me com esses
olhos fechados
e só sabem que também quiseste vir
no enlace dos meus sonhos.
Cá dentro vejo-nos
a calcorrear paralelos e vontade.
Mão dada: felicidade.
Os teus olhos nos meus
Absorvidos
Inteiros
Fechados.

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