quinta-feira, 15 de março de 2007

Fechei a janela.
No interior de um beijo, detenho-me por segundos, fitando o teu olhar na memória.
Chove lá fora onde os lírios abraçam a paz. «Faz tempo que não canto ao vento», penso.
Venho para dentro da vida: play; ondas na distância.
A mensagem não chega: aguardo com o desejo de um toque.

Há uma lenda. Há a lenda de um mar que um dia se chamou Amor. Há essa lenda; de um vasto oceano que teve o nome da sublimação dos sentimentos humanos. A lenda permanece – existe – embora a água já se tenha fragmentado.
Diz a lenda que a grandeza é a simplicidade:
Porque os deuses se banham e trazem o sol
Porque as sereias mergulham em abraços complementares
Porque a alma se limpa dos pós.
Toda a gente o quer encontrar – o marAmor: não - é difícil apanhar o raio que permite a viagem. Quem já o viu, conhece o abismo. Quem já o ouviu, chora ao entardecer de vida dos corpos entrelaçados em ciclos quânticos.
Os escritos que narram a história falam de mim e de ti.
Somos os mesmos que ousámos brincar às claras num dia em que o Inverno cerrou os dentes e resolveu oferecer rosas à Lua.
Somos nós. Nessa plenitude inquebrável de promessas que se fazem sem serem ditas.
BASTA.

Fecho novamente a janela, vou para dentro e tempero a minha terna morte.
Perdida: volto à origem.

Sem comentários: