quinta-feira, 10 de maio de 2007

Silêncio: tudo o que espaço acolhe. Os corpos voltam-se para o sobreiro. O reino dos deuses; dois seres na concha do amor a contemplar os ceús que se cruzam. Vão e voltam em cores, caindo abaixo do sorriso. A essência perdeu-se. Fazemos amor e bebemos em taças com os olhos que se perdem. Dizes, está tudo bem; acalentas-me os ombros. Deveria de haver um brilho para os livros que se desfolham com música. O céu. Movimento químico para a voz do mundo. Silêncio: nós dois afoitos nas mãos. Percorres-me; caminhas no trejeito; e o meu sangue curva perante o toque. Digo, faz-te céu; e mostro as cores à espera dos fluidos. Selvagem, a vontade quando soletrada por ti. Vou escolher um – apenas um – pedaço de sideração. Ofereces-me as migalhas neste nosso silêncio?

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