Não consigo arrancar do peito o desalento.
Sou vazio entre as paredes, empurrando com força o fervor; com muita força. O tempo passa por mim; as pessoas fogem-me. E eu canso-me de as salvar. E eu morro mais um pouco sem liberdade. Dependência: matéria que me abraça no escuro.
Quero levantar a poeira que me abocanha.
Despejo as verdades em retorno: tonturas; as torturas. Ninguém alcança o que sou; ninguém tenta: todos fogem. Que terei no olhar? Que terei na alma que ocupa um peso tão acutilante?
Não consigo arrancar do peito a vergonha.
Estou entre abismos verticais. Sugo o aroma de um tufão que passeia por mim em curvas. Sugo-o, inteira no desejo que faz chorar. As folhas fogem-me. E eu só quero ir com elas. E eu só preciso de um espaço para as levar. Olho lá para longe, onde as pedras parecem algodão e os sonhos renascem nas fronteiras e os limites se definem em bebedouros. Olho para ali – aquele pedaço de terra que me foi prometido à nascença: para quando a insolvência?
Não há ferida que atinja quem sou.
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