sexta-feira, 11 de julho de 2008

Dedilho seda no escorrega da noite.
Aconteceu Aconteceu a tristeza arrumada no trilho
E quem disse
quem disse que a água evapora os espaços
negros?
Mexo os dedos rasos
dor pela saliva no teu barco
Os lemes navegam no mastro
quebrado, Segues longe
longe perdido longe
O toque floresce
do rasgo chamando a redenção:
não te devo arrependimentos de sobras
laços que fomos quebrando
indisposições de ouvidos
do prato que quisemos lavar
a partir o caminho que se negou a consumir
Salta e dança e salta e vira o teu rosto para o meu
e delicia a maré com as ondas
navegador do meu pó revolto
caixão que me escolhe por branco
e me tem e me é.
A seca desdobra-se na descida
corpo vazio
O vento pega na vida
fecha a liberdade num nódulo esguio
repete o gene
mata: constrói as harpas à troca do frio.
Não sei escolher a salubridade pela voz
amarrotar a pele sem os teus poros
E galopo pela gruta acima
calcorreando as verdades
tontices
que se fundem para se amar
Está abafado
aqui no cume que aquece a ausência
O barco voa sem ti
na imagem e nos escombros
lindo revólver que por dentro escondi
Mato-me tantas vezes
e tantas vezes renasço
sonho-me tão pouco
e tão pouco me acho.
Não és tu o segredo do que ofereço
não és tu a parte da parte que me cobre
não somos nós
não somos nós
A morte vira-nos as costas
senta-se por cima das ondas
e leva a cauda ao fundo.
Onde vais?
Nessa jangada de madeira que lancei ao mar?
Nesse mar que trago na mão e que beijo?
Ou
Ou por tão simples destreza de ser
As folhas são os poemas que te fazem nascer?

2 comentários:

Anónimo disse...

Alto, vazio e espiriforme... belo!




Luis

João Amaro Correia disse...

construção construção#2
queimar livros
erguer muralhas