quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Lá estás tu, sem a força das virtudes, numa postura que te arranco com o peito. Sorris-me. Encobres a ferradura e pregas as vicissitudes numa libação exuberante.
A cerimónia está para além de nós duas. Nos lábios entorno rosas com mel e ácido: morte. Nos lóbulos respiro-te maresia para que possas devolver-me a candura dos nossos dias de amor. O sal percorre-te e tempera os mamilos da salvação. És perfeita, mãe dos deuses, musa de imaginação. Com essas linhas de corpo magistral, enquadro os teus Sss em tornados devastadores - mundo de exacerbação. Não te toco pelo tacto; sinto-te pelo gosto de um beijo comensurado.
Detenho-me na continuação do caminho; não te quero para mim, não quero as asas da procriação. És linda, imensa e completa: livre.
Deixo-te ir para que te possa amar para sempre. Sangro. Mas esse é o vinho que me endoidece; esse é o sumo da minha existência. É teu. Só teu.
Vou leve. Levanto-me de ti, no tronco das nossas trocas.
Volto a calcar as mesmas folhas num arranhar de dor.
Já não te vejo mais do que lá fora, dentro de mim.

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